11 dos 20 clubes da Série A já retomam treinos e aguardam os jogos; veja situação dos times
Quando o
futebol brasileiro parou devido à pandemia do novo coronavírus, em 15
de março, o cenário era desconhecido, mas os clubes, federações
estaduais e CBF já traçavam um planejamento visando comportar o já
problemático calendário de competições, especulando uma paralisação de
um ou dois meses. Afinal, ainda era início de temporada, com os
estaduais ainda em fases classificatórias e as Copas do Brasil e
Nordeste ainda nas fases iniciais. Ou seja, um gargalo era previsto e
difícil de solucionar.
Muitas reuniões foram feitas,
planejamentos foram revistos, até que praticamente três meses depois da
paralisação, as federações estaduais ensaiam um retorno dos campeonatos
entre o fim de junho e início de agosto, com protocolos de saúde sendo
apresentados aos Governos. Embora exista a sinalização da volta dos
estaduais, nenhuma federação marcou uma data específica para o reinício.
Dos 20 clubes da Série A, 11 deles já iniciaram seus
treinamentos: Inter, Grêmio, Athletico/PR e Coritiba ainda no fim de
maio, devido ao menor número de casos e óbitos por Covid-19 na Região
Sul, assim como o Flamengo, que se antecipou até a liberação das
autoridades do Rio para iniciar os treinamentos. No Nordeste, Ceará e
Fortaleza foram os pioneiros, voltando no início de junho, com o Vovô no
dia 1º e o Leão no dia seguinte. Nove clubes ainda não retornaram aos
treinos, como os 4 paulistas (Corinthians, Palmeiras, São Paulo e
Santos), pela situação crítica do Estado de São Paulo quanto aos casos.
Liberação
No
Rio de Janeiro, mesmo com o Governo do Estado flexibilizando ontem o
isolamento social e permitindo o retorno dos esportes de alto
rendimento, há uma resistência de Fluminense e Botafogo pelo retorno aos
treinos e jogos, pela grande incidência de casos no Rio de Janeiro,
dificultando o trabalho da Ferj em sacramentar o recomeço do Campeonato
Carioca.
Nova rotina
Os 11 clubes que retornaram aos
treinos estão em uma rotina de controle de casos de Covid, intercalando
com treinamentos. Enquanto os atletas e funcionários que deram negativo
já exercem suas atividades, os testes que são sempre repetidos - Ceará e
Fortaleza, por exemplo, realizarão a cada 15 dias - e os que testarem
positivos serão isolados.
Esta realidade de casos positivos será
uma constante nos clubes: Ceará e Fortaleza registram 39 profissionais
positivos para Covid-19, entre eles 13 jogadores. No Vasco, foram 16 só
de jogadores, o Goiás, oito. Apenas o Internacional e Coritiba não
constataram nenhum caso.
O presidente da Federação Cearense de
Futebol (FCF), Mauro Carmélio condiciona o retorno dos Estaduais e
demais competições a uma redução no número de casos no País e, claro, os
clubes realizarem protocolos bem sucedidos, evitando assim, contágios e
possíveis paralisações pós-retorno.
“Todas os estados e
federações trabalham com a queda da curva de contágio. Se baixar, os
governadores podem liberar os jogos mais cedo, mas se aumentar, pode
demorar ainda mais. Alguns clubes estão voltando a treinar agora. É um
jogo de xadrez, jogado devagarinho. Cada momento é analisado. Amanhã
ninguém sabe como ficará, pois o foco pode aumentar, suspendendo treinos
ou até jogos. Todos os clubes precisam estar seguros, com todos
testados, para que jogadores de um clube não infectem dos outros e o
campeonato pare de novo”.
Na segunda (8), Carmélio se reunirá
com os presidentes dos outros que disputam o estadual, visando uma
unificação do protocolo de saúde, apresentá-lo e, em seguida, ajudá-los
com a estrutura e insumos necessários para testagem de profissionais.