O prefeito de Milão, Giuseppe Sala, disse que pode ter errado ao apoiar a campanha "Milão na para", há um mês, incentivando os habitantes da cidade a manterem atividades normais apesar da pandemia do coronavírus.
O erro foi admitido durante o programa "Che tempo che fa", que foi ao
ar na televisão italiana no último domingo. O prefeito pontuou que, há
um mês, ainda não se tinha dimensão da real gravidade do novo coronavírus.
"Muitos se referem àquele vídeo que circulava com o título
#MilãoNãoPara. Era 27 de fevereiro, o vídeo estava explodindo nas redes,
e todos o divulgaram, inclusive eu. Certo ou errado? Provavelmente
errado" afirmou Sala. "Ninguém ainda havia entendido a virulência do
vírus, e aquele era o espírito. Trabalho sete dias por semana para fazer
minha parte, e aceito as críticas", completou.
Milão, na região da Lombardia, tem cerca de 3,1
milhões de habitantes. À época da campanha, havia 250 pessoas infectadas
pelo vírus, com 12 mortes. Na manhã desta sexta-feira (27), a cidade já
soma quase 35 mil casos da doença confirmados, com 4.861 mortes, mais
do que em qualquer outro ponto do país.
A campanha apoiada pelo prefeito divulgava vídeos que falava sobre os
"milagres" feitos diariamente pelos cidadãos de Milão, de seus
"resultados econômicos importantes" e de que a população "não tinha
medo". Nas redes sociais, o prefeito ainda compartilhou foto vestindo
camisa com o slogan "Milão não para".
Na Itália, já são mais de 80 mil infecções e 8.215 mortes, segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins.