Estado com maior número de casos
confirmados no Nordeste, o Ceará tem registrado um dado animador: a
porcentagem de altas hospitalares. Até ontem, dos 38 casos que
necessitaram de internação, 10 haviam recebido alta.
O número é o dobro
do registro de óbitos entre cearenses. As informações são do boletim
epidemiológico da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa).
Sair do ambiente hospitalar, entretanto, não é sinônimo
de cura. "O critério para hospitalização não é ter ou não ter covid-19,
é a gravidade do caso. Quando se tem alta, a gente pode dizer que a
pessoa está recuperada e não precisando mais dos cuidados no hospital",
explica a secretária executiva de Vigilância e Regulação da Sesa, Magda
Almeida. "Mas não deixa de ser um dado positivo, já que quando internada
a pessoa pode estar suscetível a outros vírus. Quanto menor o tempo de
internação, menor o risco de outras infecções", completa.
A médica ressalta que os estudos desenvolvidos ainda
estão em curso e mostram tempos diferentes de transmissibilidade e
recuperação, além de casos raros de reinfecção. "O tempo atual para
liberar às atividades cotidianas são 14 dias a partir do início dos
sintomas. Esse é o período médio a partir do qual os pacientes deixam de
transmitir o vírus", explica Magda. Caso a alta venha antes do 14º dia,
a recomendação é que seja cumprido o isolamento domiciliar, sem contato
físico ou compartilhamento de objetos.
Já para ser considerado curado, como em outras doenças
causadas por vírus, o paciente deve estar imune e ter transmissibilidade
nula. A fim de ter certeza desses critérios são necessários um exame de
sangue para identificação de anticorpos e um novo exame das secreções
de nariz e boca para atestar a ausência do coronavírus. "Nem todo mundo
está fazendo (tais exames) porque a gente está economizando recursos
para os pacientes", explicita a secretária.