Neymar
conhece a porta dos fundos de todos os clubes que defendeu. A saída do
PSG ainda está em fase de negociação, mas o camisa 10 já viu o caminho
escuro e sem graça que levam até aquela porta em que não há glamour,
festança nem uma fila interminável de fãs em busca de selfies e
autógrafos.
Ser
abandonado por quem já o admirou é algo conhecido na vida de Neymar.
Foi assim quando deixou o Santos, clube pelo qual fez golaços, ganhou
títulos e encantou. Foi assim quando deixou o Barcelona, depois de
golaços, mais troféus e mais aplausos.
Quando
a torcida do PSG ofendeu Neymar e pediu sua saída no último domingo, o
brasileiro deu mais um grande passo em direção ao quintal reservado
àqueles que não são mais bem-vindos. E de lá, caso veja a Torre Eiffel,
ela não estará mais enfeitada com as cores do PSG como há dois anos,
quando um dos maiores cartões postais do mundo abraçou Neymar.
E
agora há uma diferença. Se o Barcelona levar a melhor na disputa com o
Real Madrid e contratar o brasileiro, como será sua recepção na
Catalunha? Por qual porta Neymar vai entrar? A principal, onde sobram
afagos? Ou uma mais lateral, mais tímida, em que se comemora meio sem
jeito, sem convicção?
Duas
enquetes nos últimos meses mostraram que Neymar está longe de ser uma
unanimidade no Barcelona. Em dezembro de 2018, 67% dos sócios do clube
indicaram que eram contra o retorno; em junho deste ano, esse número
subiu para 71%.
No
futebol, gols e boas apresentações são suficientes para superar tudo
isso. A memória tende a ficar mais curta quando o time está ganhando,
convencendo e divertindo sua torcida. E Neymar também já mostrou que
sabe fazer tudo isso.
Por
outro lado, se o destino de Neymar for o Real Madrid, não haverá mais
porta alguma no Camp Nou aberta a ele. No Santiago Bernabéu, elas
estarão abertas, mesmo que haja alguma resistência inicial. De qualquer
maneira, ficará uma dúvida: Neymar conhecerá uma nova porta dos fundos?