A campanha de Jair Bolsonaro (PSL) entrou com ação no
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo ineligibilidade do candidato
Fernando Haddad (PT), seu adversário no segundo turno das eleições
presidenciais, que acontecem neste domingo (28). A causa do pedido é a
turnê realizada pelo ex-baixista do Pink Floyd, Roger Waters.
Os shows do cantor causaram polêmica durante sua passagem
em São Paulo. Na apresentação que ocorreu no Allianz Parque, Waters
apresentou o nome de Bolsonaro como sendo um dos representantes do
neofascismo que ele acusa emergir no mundo. Junto da mensagem, exibiu a
hashtag #elenão, que marca campanha contra o pesselista.
A defesa de Bolsonaro acredita que as mensagens divulgadas
por Waters são “de extrema gravidade e demonstram a premeditação e o
explícito propósito de denegrir sua imagem e causar nos
telespectadores/fãs uma forma de repulsa, pela evidente campanha
negativa, o que não condiz com a realidade”.
Ainda afirma a defesa que “os ataques possuem grande
semelhança conceitual com a propaganda produzida pelo PT”. Tal
afirmação, continua a defesa, advém do fato de Haddad repetidamente
acusar “Bolsonaro de fascista, ditador, torturador, machista, nazista,
etc.”.
Os advogados utilizaram também a população de outros
países para argumentar. Citaram que locais como Mônaco (38 mil
habitantes) e San Marino (33 mil) possuem populações menores aos 45 mil
espectadores que presenciaram o show de Waters em cada uma das duas
noites nas quais ele tocou em São Paulo.
Para pedir a impugnação da candidatura de Haddad, os
advogados de Jair Bolsonaro afirmam que os fatos narrados mostram que o
petista e sua vice, Manuela D’Ávila (PCdoB) teriam se beneficiado do que
chamam de “poderosa propaganda eleitoral negativa” contra o candidato
do PSL nos shows.
Argumentam também que o TSE já pacificou o entendimento de
que não há necessidade de participação direta dos candidatos no ato
ilícito denunciado para que haja punição caso o tribunal veja ser
comprovado um eventual crime eleitoral.
Lei Rouanet
Por fim, a defesa de
Bolsonaro afirma que a produtora responsável pelos shows de Waters no
Brasil, T4F, é “a maior beneficiária da Lei Rouanet no país”.
Concluindo a
acusação, os advogados finalizam afirmando que o PT faz caixa 2, uma vez
que Justiça Eleitoral proíbe a doação de pessoas jurídicas e
“certamente” o “showmício” de Rpger Waters não vai ser declarado na
prestação de contas do partido.