No
início do século passado, quando Albert Einstein propôs sua Teoria da
Relatividade Geral, surgiu sua famosa equação que diz que E=mc², fazendo
a relação entre massa, energia e a velocidade com que a luz se propaga
no vácuo.
Só que, naquela época, pouco se podia fazer na prática para
atestar a teoria brilhante. Desde então, teorias do gênio vêm sendo
comprovadas em observações espaciais possíveis graças ao avanço da
ciência e da tecnologia — e, agora, uma equipe de cientistas do European
Southern Observatory (ESO) acabou de comprovar a equivalência
massa-energia determinando o que acontece quando uma estrela passa por
um buraco negro.
O
estudo vinha sendo conduzido há 26 anos, usando dados do Very Large
Telescope para tal. O telescópio ficou apontado para o centro da Via
Láctea por tempo suficiente para a obtenção dos resultados e, segundo
Françoise Delplancke, chefe do departamento de engenharia de sistemas do
ESO, "aqui no Sistema Solar, só podemos testar as leis da física agora e
sob certas circunstâncias; por isso, é muito importante na astronomia
verificar também se essas leis ainda são válidas onde os campos
gravitacionais são muito mais fortes".
E
é exatamente isso o que a equipe vinha fazendo nas duas décadas e meia
que se passaram em sua pesquisa. No centro da Via Láctea, a cerca de 26
mil anos-luz de distância, está um buraco negro supermassivo que é mais
de 4 milhões de vezes maior do que o Sol. Só que ao seu redor há um
montão de poeira e outros objetos, o que torna uma observação estelar
muito difícil.
Contudo,
com uma boa dose de paciência aliada a tecnologias de ponta é possível
analisar o que acontece com uma estrela que estiver passando em alta
velocidade por um buraco negro supermassivo. Fazendo isso, os cientistas
conseguiram determinar as assinaturas gravitacionais dessas estrelas,
observando como as coisas mudam à medida em que os astros são afetados
pela atração gravitacional do buraco negro.
De acordo com o estudo
da equipe, a teoria de Einstein se encaixa perfeitamente nas extremas
condições em que já foi testada, com mais esta comprovação de agora.
Sendo assim, se as ideias do gênio sobre como a física funciona também
valem para um cenário envolvendo um buraco negro supermassivo, isso
indica que sua teoria será válida em praticamente qualquer outro lugar
do universo.
Fonte: Canaltech