sexta-feira, 1 de junho de 2018

Governo reduz diesel, mas corta até recurso da educação e do SUS


ANÚNCIO DE MEDIDAS: secretários do Ministério do Planejamento, Gleisson Cardoso Rubin, Receita Federal, Jorge Rachid, de orçamento Federal, George Soares MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL
Como compensação do custo de R$ 13,5 bilhões para reduzir o preço do diesel e os tributos que incidem sobre o óleo, o Governo Federal vai cortar verba que impacta até mesmo educação e o Sistema Único de Saúde (SUS). A arrecadação de impostos de exportadores, indústria de refrigerantes e química será elevada. Medidas foram publicadas em edição extra do Diário Oficial da União.  

Juntamente com a reoneração da folha de pagamento, já aprovada na Câmara, as medidas permitirão ganho de R$ 4 bilhões para compensar a isenção da Cide-combustíveis (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) e a redução de R$ 0,11 do PIS/ Cofins sobre o diesel. Foram cancelados também R$ 3,4 bilhões em despesas do Orçamento deste ano.  

Em relação aos programas, o Governo cortará R$ 3,4 com cancelamento de reserva para capitalização de estatais (R$ 2,1 bilhões), e de recursos para programas (R$ 1,2 bilhão).  

No Ministério dos Transportes projetos para adequação e construção de 40 obras perdem R$ 368,9 milhões.  

Também foi reduzido recurso para prevenção e repressão ao tráfico de drogas (R$ 4,1 milhões), concessão de bolsas para estímulo ao fortalecimento de instituições de ensino superior (R$ 55,1 milhões), policiamento ostensivo e rodovias e estradas federais (R$ 1,5 milhões) e fortalecimento do SUS, com R$ 135 milhões.  

Por outro lado, criou-se recurso para programa que objetiva  desobstruir estradas (R$ 80 milhões).  

Os exportadores vão ver o Reintegra, que devolvia 2% do valor em produtos manufaturados vendidos através de créditos de PIS/ Cofins reduzido para 0,1%. A economia é de R$ 2,27 bilhões no ano. O recuo do IPI de 20% para 4% sobre refrigerantes liberará R$ 740 milhões até o fim de 2018, pois fabricantes vão gerar menos créditos para abater impostos. O Regime Especial da Indústria Química será alterado e aumentará receitas em R$ 170 milhões. Em relação à reoneração da folha, são R$ 830 milhões.  

Dentre os setores isentos desta última medida estão calçados, construção civil, fabricação de veículos, transporte rodoviário etc. Em 2019, o aumento de arrecadação será de em torno de R$ 16 bilhões. A escolha da retirada de benefícios se deu com base em distorções do sistema tributário. No caso da taxação da fabricação de refrigerantes, há geração de créditos em volume superior a imposto devido, por causa dos benefícios na Zona Franca de Manaus. 

Acontece que algumas empresas usavam o excesso de crédito em refrigerantes para compensar em cerveja. (Com agências) 

IMPACTOS 
O acordo fechado com caminhoneiros foi para baixar o preço do litro do diesel em R$ 0,46 na refinaria, com congelamento do valor por dois meses. A medida tem impacto em R$ 13,5 bilhões. Vai ser reduzido R$ 0,16 com isenção da Cide e do PIS/Cofins sobre o óleo, com impacto de R$ 4 bilhões. Parte do valor será compensada com recursos da reoneração da folha de pagamentos de 39 setores da economia. O restante dos impactos será levantado com a retirada de benefícios fiscais, segundo afirmou o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia. Os R$ 0,30 restantes serão compensados com programa de subvenção do Governo Federal, com custo de R$ 9,5 bilhões. Neste caso, da compensação do subsídio, o Governo Federal conta com R$ 5,7 bilhões em excesso de arrecadação. Outras medidas para compensar o restante foram anunciadas como cancelamento de despesas dos ministérios, o que alcança, educação, saúde e moradia. 

MEDIDAS
Os benefícios aos caminhoneiros estão sendo chamados de “bolsa caminhoneiro”. Ontem, Governo disse que posto pode ser multado por não repassar queda no diesel.