Quem
nunca ouviu falar no Viagra? O comprimido azul composto por citrato de
sildenafila que trata a disfunção erétil em pelo menos 70% dos homens
que têm o problema. Outras drogas surgiram, pesquisas tentam buscar
outras substâncias e atuações, e novas terapias estão sendo testadas.
Mas na hora H - na verdade, algumas horas antes - é para ele que muitos
recorrem.
&nsbp;
Apesar
das duas décadas, ainda há o que se esclarecer sobre efeitos, riscos e
indicações. Ao contrário do que foi rotulado por anos, o Viagra hoje não
é um medicamento utilizado apenas pelos mais velhos. Não causa infarto.
Não causa ereção sem que haja estímulo sexual. Seus efeitos potenciais,
que incluem alterações no fluxo de sangue e na pressão arterial, já são
pesquisados. E o mais importante: seu uso demanda acompanhamento
clínico e psicológico.
Duas realidades no uso da medicação ainda
são tabus: os homens não assumem que tomam e, muitas vezes, não buscam
as causas da disfunção erétil. “Apesar de muita gente ter preconceito de
falar sobre ele, acho que é uma coisa que veio realmente para ajudar o
homem no estímulo sexual. Eu já fiz uso e a única coisa que senti foi
uma dor de cabeça, mas muito pouca. E teve duração de umas seis horas,
eu brinquei até ficar cansado e depois brinquei de novo”, conta o
técnico de teatro Cícero Bezerra, 43.
Como
ele, há homens que fazem uso do medicamento apenas para ter uma
desenvoltura acima da média. “Se você respeitar os limites da medicação,
não misturar com outros medicamentos, não tem problema. Mas aí a
dependência psicológica pode se tornar um problema, e o homem pensar que
com o Viagra é 10 e, sem ele, é nota 8”, pondera o urologista Eduardo
Miranda, que também é especialista em Medicina Sexual e Reprodutiva. Por
isso, a parceria entre os tratamentos clínico e terapêutico é
fundamental.
“Usei por curiosidade e se precisasse usaria de novo. O homem é criado de uma maneira para não admitir que está perdendo algo.
Muitos
falham e dizem que não falham, que não usam remédio e usam. Quando eu
tomei falei para a minha esposa”, complementa Cícero. Ele cita que a
disfunção erétil é associada ao fracasso, dentro da lógica limitante de
que o homem precisa ser corajoso, bem-sucedido, forte e nunca pode
falhar.