A final
Na entrevista coletiva de sexta-feira, a
última antes da final, Roger Machado fez todo o possível para esconder
sua estratégia para o Derby. E o questionamento se o Palmeiras iria se
defender ou atacar ficará mesmo sem resposta, já que o Verdão nem teve
tempo de se estabelecer em campo antes de o placar ser aberto.
No primeiro minuto, Marcos Rocha deixou a
marcação de Mateus Vital para Antônio Carlos. O corintiano passou fácil
pelo zagueiro, foi à linha de fundo e tocou para Rodriguinho inaugurar o
marcador. Pouco depois, o Verdão empatou com Willian, mas o tento foi
corretamente anulado.
O Alviverde passou a aplicar sua marcação
pressão, mas o Timão conseguia o desafogo pelo lado esquerdo com Mateus
Vital e Rodriguinho. Na mesma faixa do campo, Dudu era o jogador mais
agudo do Palestra. O camisa 7 chamou a responsabilidade para receber as
bolas e todas passaram por seu pé para armar o time, mas o capitão não
criou jogadas de perigo.
O problema na defesa palestrina nem
precisou de orientações de Roger Machado para ser resolvido, já que
Fabio Carille colocou Romero pelo lado esquerdo para tentar conter os
avanços de Dudu, o que causou o deslocamento de Rodriguinho e Vital.
O Corinthians terminou a etapa inicial
mostrando o futebol defensivo que o consagrou nas últimas temporadas,
enquanto os mandantes não conseguiram apresentar a qualidade que os
credenciou a chegar à final. Foram 69% de posse de bola para o Palmeiras
e oito finalizações, mas poucas com perigo, contra apenas duas rivais,
sendo um gol.
Ao final do primeiro tempo, ficou clara a
falta que Felipe Melo faz ao Palmeiras. Mesmo com Moisés, seu
substituto, bem na partida, o Alviverde perdeu a saída de três do campo
defensivo e não conseguiu inverter uma bola perigosa durante os
primeiros 45 minutos.
Polêmica no segundo tempo
O Palmeiras voltou do intervalo com Keno
na vaga de Willian. A mudança, além de explorar a jogada individual do
camisa 11, visava abrir a defesa corintiana posicionando o atacante na
extremidade esquerda, o que poderia permitir infiltrações pelo meio dos
zagueiros rivais.
Keno passou a levar perigo com seus
dribles, a posse de bola do Palmeiras só aumentou e o Corinthians
apostava cada vez mais em uma postura defensiva para tentar explorar
contra-ataques.
Aos 26, a torcida alviverde finalmente
pôde comemorar, mas por apenas oito minutos. Dudu tabelou com Lucas Lima
e caiu na área, o árbitro anotou pênalti de Ralf e a confusão se
instaurou no gramado.
A princípio, por mais que os corintianos
argumentassem que o volante havia tocado apenas a bola, Marcelo
Aparecido se mostrava convicto em sua marcação. A pressão alvinegra,
porém, foi forte e após uma conversa com um auxiliar que estava fora do
gramado, o árbitro voltou atrás na penalidade.
Os presentes, que bateram recorde de
público da história do Allianz Parque gritaram em coro: “Tem um palhaço
querendo aparecer e vai morrer”, seguido de “Se o Palmeiras não ganhar
olêolêolá, o pau vai quebrar” e “Vergonha”. Oito minutos depois, a
partida recomeçou, mas sem emoção e apenas para seguir às penalidades.