O
câncer de testículos é o tipo mais comum de tumor entre homens de 15 a
35 anos. Embora a maior incidência seja no público jovem, homens de
todas as idades são vulneráveis à doença – sendo que os brancos tem
cinco vezes mais chances de desenvolvê-la que os negros.
Nos
Estados Unidos, são quase 9 mil novos casos diagnosticados todos os
anos, sendo que cerca de 400 vão à óbito. Segundo a Sociedade Americana
de Câncer, a média dos diagnósticos ocorre por volta dos 33 anos.
A
maior parte dos casos tem cura, desde que descoberto precocemente e
tenha o tratamento adequado. O sintoma mais comum é um discreto nódulo
indolor em um dos testículos. Caso seja encontrado alguma anormalidade, é
preciso procurar um médico imediatamente.
Uma
prática preventiva simples e pouco conhecida dos homens é o autoexame
dos testículos, um hábito que contribui para detectar problemas que
podem influenciar seu futuro reprodutivo e sexual. O ideal é realiza-lo a
cada três meses, inclusive para que o homem fique familiarizado com o
tamanho e a consistência dos seus testículos normais.
Em
geral, no adulto os testículos têm formato oval, consistência firme e
volume ao redor de 20 ml – semelhante a um ovo de galinha médio bem
cozido (entre 4,5 e 5 cm de comprimento por 3 a 4 cm de largura). Além
da produção de espermatozoides, eles são responsáveis pela produção de
até 95% da testosterona, hormônio-chave no organismo masculino.
O
andrologista Jorge Hallak alerta que com esse exame é possível perceber
pequenas alterações, como a diminuição do tamanho dos testículos por
doenças indolores, como a varicocele (varizes no escroto), notar o
aparecimento de irregularidades na superfície dos testículos ou ainda
identificar uma dor local.
“Diferente
do que ocorre com o autoexame das mamas, o de testículos é praticamente
desconhecido. A prática ajuda na identificação de diversas inflamações,
infecções bacterianas e até mesmo doenças mais sérias. Entre os tumores
malignos que atingem o homem, cerca de 5% ocorrem nos testículos”,
reforça Hallak.
Um
aspecto importante a ser abordado com o paciente é a preservação de sua
fertilidade. A criopreservação de sêmen é o instrumento que pode
assegurar ao homem a possibilidade de gerar filhos depois do tratamento.
Nesse sentido, o especialista desenvolveu uma técnica cirúrgica -
conhecida por hallak technique – que retira o tumor preservando o
testículo, além de capturar os espermatozoides para a criopreservação.
Jorge Hallak ainda orienta passo a passo de como realizar o autoexame:
Examine
cada um dos testículos com ambas as mãos. Os dedos indicador e médio
devem ficar na parte inferior dos testículos, e o polegar, na parte
superior; Gire cada testículo entre o polegar e os dedos médio e
indicador - um testículo normalmente pode ser maior que o outro; Na
parte de trás de ambos estão os epidídimos, que têm a função de
amadurecer e armazenar os espermatozoides, se estiverem endurecidos
podem estar obstruídos ou inflamados; Procure por qualquer área
endurecida, nódulos ou irregularidades na superfície do testículo. Em
geral são indolores.
Fonte: Diário do Nordeste