Um dos chefes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Wagner Ferreira da Silva, conhecido como 'Cabelo Duro', 32, assassinado na noite da última quinta-feira (22),
participou da morte de outros dois líderes da organização, Rogério
Geremias de Simone, o 'Gegê do Mangue', 41, e Fabiano Alves de Souza, o
'Paca', 38, em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), no
último dia 15 de fevereiro, de acordo com a investigação policial.
'Cabelo Duro' estava sendo investigado pela Polícia do Ceará e de São
Paulo e podia vir a ser preso. Entretanto, o próprio PCC teria se
antecipado e executado o líder da facção na Baixada Santista, por "queima de arquivo",
de acordo com o promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial
de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público de
São Paulo (MPSP).
A Polícia investiga se 'Cabelo Duro' participou diretamente do duplo
homicídio, estando dentro do helicóptero e executando 'Gegê' e 'Paca',
ou indiretamente, dando ordens para o crime.
Wagner Ferreira foi citado em um bilhete trocado por membros do PCC, na
Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, em São Paulo. O escrito dizia
que 'Cabelo Duro' havia revelado que outro membro do PCC, Gilberto
Aparecido dos Santos, o 'Fuminho' (braço direito do líder máximo da
organização, Marco Willians Herbas Camacho, o 'Marcola') foi o responsável por mandar matar os membros da alta cúpula da facção no Ceará.
A morte de 'Cabelo Duro' ratifica que o PCC rachou. A execução de
'Gegê' e 'Paca' seria motivada porque eles "estavam roubando", segundo o
bilhete apreendido no presídio. A dupla ostentava residências e
veículos luxuosos no Ceará e tinha papel importante no tráfico de drogas
internacional da facção.