Pauta das mais comentadas ontem nos círculos políticos, promessa do deputado Tiririca (PR-SP) em não buscar reeleição não é nova. Antes da eleição de 2014, o cearense já havia feito o mesmo anúncio, também citando a “frustração” da vida parlamentar como motivador maior. Daquela vez, o deputado não cumpriu a promessa.
“Não dá para fazer muita coisa”, disse à Folha de S. Paulo em
fevereiro de 2013. Na entrevista, o deputado se diz desiludido com a
política e revela interesse em voltar a ser palhaço. Naquela época, no
entanto, ele tinha outra opinião sobre o trabalho parlamentar: “Quando a
gente está fora acha que deputado não faz nada, mas eles trabalham para
caramba”, disse.
Três meses depois, no entanto, o deputado se reuniu com cúpula do PR e
anunciou ter “mudado de ideia”. “Quero dizer que continuo na vida
política, na vida pública. Vou continuar no partido, tô firme, tô com
vontade, tô feliz”, disse. Na eleição, tirou um milhão de votos, sendo o
2º deputado mais votado em São Paulo.
Atuação polêmica
Eleito com propagandas humorísticas e discurso de que “pior que tá
não fica”, Tiririca dividiu opiniões em seus sete anos como parlamentar.
Mesmo um dos deputados mais assíduos da Câmara, Tiririca só usou o
microfone três vezes no plenário, apresentou 14 projetos e aprovou
apenas um, que inclui artistas circenses na Lei Rouanet.
Entre as principais votações da Câmara, votou a favor do impeachment
de Dilma Rousseff, do prosseguimento de denúncia contra Michel Temer, da
redução da maioridade penal e da PEC do teto de gastos públicos. Votou
contra, no entanto, a proposta que ampliou terceirizações.