O
preço médio do gás de cozinha em Fortaleza já acumula alta de 25% em
2017. No início deste ano, o consumidor podia comprar o produto por R$
60 na Capital cearense, valor que saltou para R$ 75 no começo de
novembro, aumento de R$ 15. Nos próximos dias, o botijão de 13 quilos
(kg) deverá ficar ainda mais caro, podendo beirar os R$ 80, segundo
projetam distribuidores e revendedores locais.
Isso porque, ontem,
entrou em vigor novo aumento do gás liquefeito de petróleo (GLP) nas
refinarias, de 8,9%, anunciado pela Petrobras na segunda-feira, 4. Para o
consumidor final, o impacto do reajuste deverá ser de 4%, conforme
prevê a estatal, o que representariam R$ 2,53 a mais por cada botijão.
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Até
a tarde de ontem, distribuidoras e revendedoras de gás de cozinha de
Fortaleza ainda não tinham repassado o reajuste, até pelo fato de o
atual estoque de botijões ter sido comprado pelos valores antigos.
Novos valores
Mas empresas que comercializam o produto informaram ao O POVO
que os preços deverão ser corrigidos até o fim desta semana. “Enquanto
os estoques antigos durarem, vamos vender o botijão a R$ 75. Mas acho
que só vão durar até sexta-feira”, disse um dos entrevistados, que não
quis se identificar.
O
técnico em informática, Marcelo Paz, diz que ainda consegue comprar
botijão de gás por R$ 70, valor que já considera “muito caro”. “Até
julho, eu ainda comprava por R$ 60. É uma pena que vai subir mais. Minha
mãe é cozinheira e trabalha em casa. Por isso, nosso botijão não dura
muito. Então, é difícil economizar”, explica. Preço competitivo
De
acordo com o consultor na área de petróleo e gás, Bruno Iughetti, os
atuais valores do botijão de 13 kg em Fortaleza ainda são justos.
“O preço médio de R$ 75 está competitivo. Mesmo com a alta de 8,9% nas
refinarias, o valor praticado pela Petrobras se encontra a 1,03% abaixo
das cotações internacionais. Por isso, nos próximos dias, esperamos mais
aumento”, observa, lembrando que, ao longo deste ano, o produto já
subiu R$ 15, de R$ 60 para R$ 75.
Iughetti explica que os
constantes reajustes do GLP estão ligados aos cortes de subsídios feitos
pelo Governo Federal, que incidiam no preço da produto. Esses
incentivos, explica o consultor, oneravam o caixa da Petrobras. “O
Governo, paulatinamente, vem retirando esses subsídios. E, por outro
lado, aplicando a nova política de preços”, reforça.
Ele também
observa que o mercado de GLP segue a mesma lógica do de combustíveis, em
que os revendedores têm liberdade para praticar os preços que
preferirem. Desde a nova política da Petrobras, iniciada em julho deste
ano, Iughetti informa que o valor médio do gás de cozinha, no Brasil,
acumula alta de 67,8%.