O rei Eduardo 8º sacrificou o
trono e a irmã da rainha Elizabeth, Margaret, desistiu de seu verdadeiro
amor, mas para o príncipe Harry se casar com uma mulher divorciada não é
mais um tabu para continuar pertencendo à realeza ou seguir seu
coração.
Nesta segunda-feira Harry, o quinto na linha
sucessória para o trono britânico, anunciou que se casará com a
namorada, a atriz norte-americana Meghan Markle, com a bênção de sua
avó, a rainha.
As tradições sociais britânicas se transformaram nas
últimas décadas, mas a monarquia continua sujeita a uma série de
valores cristãos mais tradicionais.
Por isso, a aprovação da rainha é uma demonstração
enfática do quanto a monarquia mudou e se modernizou nos últimos 80
anos, quando a ideia de um membro da família real se casar com uma
pessoa divorciada era inconcebível.
"É extraordinário o quanto avançamos desde os anos
1930", opinou a biógrafa real Claudia Joseph. "Em menos de um século os
tempos mudaram a ponto de se tornarem irreconhecíveis."
O rei Eduardo 8º, tataravô de Harry, desencadeou uma
crise constitucional em 1936 ao insistir em se casar com a socialite
norte-americana Wallis Simpson, divorciada duas vezes, causando horror
no establishment, no governo e na Igreja da Inglaterra, que a monarquia
comanda nominalmente.
Seu romance foi
chamado de "a maior história de amor do século 20". Eduardo abdicou
depois de meros 11 meses no trono e foi morar na França, o que levou o
pai de Elizabeth, George 6º, a se tornar rei inesperadamente.