O
corretor Lúcio Funaro disse em audiência na Justiça Federal em Brasília
nesta sexta-feira, 27, que o presidente Michel Temer tinha consciência
de esquema na Caixa Econômica Federal que era operado pelo
ex-vice-presidente de Fundos e Loterias do órgão Fabio Cleto. Ao falar
sobre o caso, Funaro foi perguntado pela Procuradoria da República sobre
quem dentro do PMDB tinha conhecimento do esquema de Cleto: "Geddel
(Vieira Lima) com certeza, Lúcio (Vieira Lima) com certeza, Henrique
(Eduardo Alves), Michel Temer, Moreira Franco, Washington Reis", elencou
Funaro.
Funaro presta depoimento na 10ª Vara Federal em
Brasília na Operação Sépsis, que investiga desvios a partir de contratos
da Caixa. Cleto afirmou em depoimento na mesma audiência que Cunha e
Funaro intermediavam o repasse de propina para garantir a empresas a
liberação de contratos com a Caixa. No depoimento, Cleto falou que sua
indicação para a Caixa foi patrocinada por Cunha, que levou seu nome a
Henrique Eduardo Alves.
Funaro não deu mais detalhes à
menção que fez ao nome de Temer e do ministro Moreira Franco. O corretor
detalha, no entanto, relação próxima com Eduardo Cunha - que assiste o
depoimento presente na audiência da 10ª Vara. Os dois são réus, assim
como Cleto, Henrique Eduardo Alves e o delator Alexandre Margotto.
Cleto
afirmou que mantinha Funaro ou Cunha informados sobre as empresas que
tentavam operações com o FI-FGTS. Os dois a partir daí procuravam as
empresas para negociar pagamento de propina e davam sinal a Cleto sobre
como ele deveria votar naquela operação. "Aprovada, algum tempo depois
eles me comunicavam o porcentual que supostamente tinham conseguido e me
pagavam um porcentual disso, pré-aprovado", afirmou Cleto.
Procurado, o Palácio do Planalto não havia se manifestado até a publicação da reportagem.
Agência Estado