O empresário Adair Luis Souza, de 55 anos, só se deu conta de que o
bolso traseiro da calça estava vazio após ter recebido sucessivas
chamadas do seu corretor de seguros. Sua carteira havia sido localizada
pelo desempregado Juliano Cruz de Morais, de 27 anos, quando voltava do
supermercado.
A informação é do site do Zero Hora.
Um cartão de
visitas de um conhecido de Adair possibilitou que Juliano entrasse em
contato. O empresário, primeiro, imaginou que tinha perdido todo o
dinheiro, mas depois sentiu alívio de saber que, pelo menos, os
documentos estariam assegurados. Eles marcaram um encontro que mudaria
os rumos de Juliano.
Para a surpresa de Adair, sua carteira
estava intacta: dinheiro para pagar o pedreiro por uma obra, três
cartões de crédito, carteiras de identidade e de motorista, CPF e uma
folha de cheque. Juliano confessa que não chegou nem a contar o quanto
havia na carteira, apenas tirou R$ 20 para colocar de créditos para o
celular e possibilitar a devolução do objeto perdido.
"Você não
existe", elogiou. O empresário recompensou Juliano com R$ 100. Não
satisfeito e inquieto, o empresário ainda ligou para o rapaz e pediu
para que ele procurasse o seu sócio na empresa da manutenção de torres
de telefonia móvel, em Gravataí.
Para Juliano, a oferta de Adair
parecia um milagre. O único fator que impedia a contratação era o cargo a
ser ocupado. Obeso, Juliano não teria condições de escalar torres de
até 100 metros. Adair e André Alves, então, decidiram criar uma posição
especialmente para o jovem. "Ele cuidou do meu dinheiro. Por que não
poderia cuidar do nosso estoque?", disse Adair.
Três dias após
achar a carteira, Juliano começou a trabalhar como estoquista. Um
salário de R$ 1,2 mil, carteira assinada, vale-refeição e
vale-transporte para tomar conta de uma sala cheia de ferramentas e
equipamentos de proteção individual e preencher planilhas no computador.
Ele disse que era o que mais queria.
Sobre a atitude tomada, ele
considera como a única possível, devido a educação recebida pela mãe
que o ensinou que não importa o valor que tiver, o que não nos pertence
não é nosso.
Para Adair, se 40% dos brasileiros pensassem da mesma maneira, já estava bom.
Redação O POVO Online