Mais uma agência bancária do Ceará foi
alvo de ataque na madrugada de ontem. Uma quadrilha fortemente armada
invadiu Lavras da Mangabeira, a 417 quilômetros de Fortaleza, e explodiu
uma agência do Banco do Brasil, no Centro. Foi, pelo menos, a 37ª ação
contra banco, no Estado, em 2017.
Durante a fuga, os
criminosos incendiaram um veículo Siena prata na BR-230, na entrada do
Município. Até o fechamento desta edição, ninguém tinha sido preso e não
foi informado o valor levado da agência.
O
grupo teria chegado por volta de 1 hora, em três carros. Moradores
informaram à Polícia local que seriam duas Hilux e um Gol Vermelho. O
policial militar Gleidson de Lima contou que uma parte do grupo ficou
nas esquinas próximas à agência, atirando para intimidar, enquanto outra
invadiu o banco e colocou os explosivos. Duas explosões derrubaram
parte da estrutura do prédio. Em vídeos que circularam ontem nas redes
sociais é possível ouvir tiros durante o ataque e ver chamas na agência
bancária.
Há divergência em relação à quantidade de pessoas
envolvidas no crime. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e
Defesa Social (SSPDS), foram cerca de dez. Já o Sindicato dos Bancários
do Ceará (Seeb) estima que foram cerca de 20 pessoas.
Por meio de
nota, a SSPDS informou que, após a ocorrência, os suspeitos fugiram
pela BR-116, no sentido de Icó. O Corpo de Bombeiros foi acionado para a
agência, apagou as chamas e isolou o prédio.
Outra divergência
entre SSPDS e sindicato diz respeito à quantidade de ataques registrados
neste ano. Segundo o Seeb, esta foi a 45ª ocorrência contra agências.
Porém, de acordo com a SSPDS, foi a 37ª — “16% a menos comparado ao
mesmo período do ano passado, quando foram registrados 44 casos”,
informou.
Bosco Mota, diretor do Seeb afirma que, além da
preocupação com a violência, há a dificuldade em relação aos municípios
prejudicados pela suspensão de serviços bancários. “Nós temos hoje 18
agências do Banco do Brasil no chão, sem funcionar, totalmente
quebradas”, disse. Segundo o Sindicato, ao todo, 31 cidades têm bancos
com atendimento prejudicado.
A SSPDS informou que as instituições
bancárias são patrimônios privados que devem adotar planos de segurança
particulares. A pasta afirma que, desde 2014, tem política de combate a
esse tipo de crime e “que as forças de Segurança do Estado vêm sendo
interiorizadas e os municípios vêm recebendo reforço no combate a
delitos como assaltos a banco e a carros-fortes, entre outros crimes”.
Números
45 é o número de ataques registrados pelo Sindicato dos Bancários do Ceará
37 é a contagem de ações contra bancos da Secretaria da Segurança Pública
EDUARDA TALICY