Empresários, pai e filho, de 65 e 40 anos, foram presos em Salvador (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
O pai e o filho, de 65 e 40 anos, presos em flagrante em Salvador ao tentar abrir uma conta para receber R$ 28,8 bilhões referentes a Títulos do Tesouro Nacional
(TTNs), já tinha tentado, sem sucesso, sacar a quantia em outros
estados do país, segundo informou a Polícia Civil nesta quarta-feira
(29). Conforme a polícia, os suspeitos resolveram fazer mais uma
tentativa, desta vez na Bahia, na expectativa de não serem descobertos.
A dupla de empresários, que é de São Paulo, foi flagrada em uma agência
do Banco do Brasil na Avenida Manoel Dias, no bairro da Pituba. O
gerente da agência desconfiou da quantia a ser recebida e da
autenticidade dos documentos apresentados pelos suspeitos e acionou a
polícia.
Conforme a Polícia Civil, os suspeitos, Antônio Rodrigues Neto, de 65
anos, e Antônio Rodrigues Filho, 40, já estão com as prisões preventivas
decretadas por estelionato pela Justiça. Eles foram presos por uma
equipe do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado
(Draco). A polícia não informou por quais outros estados a dupla passou e
tentou sacar o dinheiro.
Outros dois empresários baianos e de São Paulo também estavam no mesmo
local com a dupla, mas a polícia ainda não sabe informar se são vítimas
ou se fazem parte do grupo criminoso. Os empresários não tiveram nomes
divulgados.
Segundo a polícia, em depoimento à delegada Maria Selma, o gerente do
banco disse que Antônio Neto e Antônio Filho foram à agência para abrir
uma conta corrente para receber o depósito de R$ 28,8 bilhões referentes
às TTNs que tinham em mãos.
Como os documentos de propriedade dos títulos que apresentaram eram
incompatíveis tanto em relação aos valores, quanto em relação aos
modelos normalmente usados nessas transações, o gerente, então, decidiu
denunciá-los. A identidade do gerente não foi divulgada pela polícia.
Os dois suspeitos, segundo a polícia, são proprietários da empresa New
Ápice Empreendimentos e Participações Ltda, com sede em Alphavile, em
Barueri, estado de São Paulo. Eles disseram à delegada, no entanto, que
tudo não passava de um grande mal entendido, pois, segundo eles, as TTNs
que tinham em mãos são legítimas.
A delegada informou, no entanto, que pesquisou sobre a New Ápice e
descobriu que a empresa atua no ramo de desenvolvimento e licenciamento
de programas de computadores não customizáveis, e não em corretagem de
valores, o que sugeriria alguém que porta títulos no valor de bilhões.
“Apreendemos vários documentos e, entre eles, há a presença de folhas
de contratos de outros bancos e boletos também. Vamos investigar a fundo
o que eles pretendiam”, disse a delegada.
A delegada ainda informou que iniciou a coleta de depoimentos dos
empresários que acompanhavam a dupla para saber qual era o papel deles.
"Não os mantive presos porque não foi constatada nenhuma prova contra
eles. Mas, com certeza, serão investigados", destacou Maria Selma.