Três irmãs foram vítimas de feminicídio na
noite de segunda-feira (27) na cidade de Cunha Porã, em Santa Catarina.
Julyane, de 23 anos, Rafela, de 15 anos, e Fabiane, de 12 anos, estavam
na casa da primogênita quando foram atacadas. O suspeito do assassinato
é Jackson Lahr, de 24 anos, ex-namorado de Rafaela.
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Além das vítimas de feminicídio
estavam na casa o marido de Julyane, Gilvane Meyer, e o bebê
recém-nascido, filho de Rafaela com o suspeito. Para ter sua vida
poupada, o marido fingiu estar morto e depois pediu ajuda ao vizinho.
Ele sofreu lesão no pulmão e passou por cirurgia, mas já apresenta
quadro estável. O bebê foi poupado e está sob custódia do conselho
tutelar.
Depois do ataque, Jackson foi para casa e pediu para
ser levado ao hospital em São Carlos, a mais de 30 quilômetros de Cunha
Porã. Ele tinha uma lesão na cabeça provocada pela resistência de
Gilvane. O suspeito foi apreendido ainda no hospital, três horas depois
do crime.
Jackson foi indiciado com base no depoimento do
vizinho e de Gilvane. A polícia também levou em consideração os boletins
de ocorrência registrados contra o suspeito por ameaçar a ex-namorada.
Quando questionado, ele confessou ter ido até a casa e esfaqueado o
marido de Julyane, mas alega não lembrar o que aconteceu com as outras
pessoas.
Julyane, Rafaela e Fabiane tiveram o velório conjunto
na tarde após a morte. Comovidos, cidadãos de Cunha Porã pediram
justiça pela vida das irmãs e publicaram mensagens de apoio no Facebook
das vítimas e de seus familiares.
Relacionamento conturbado
Abalados, os pais das garotas foram ouvidos pelas
autoridades na quinta-feira (2). Eles falaram principalmente sobre o
relacionamento conturbado entre o acusado e sua filha do meio, Rafaela.
Além dos registros de ameaça, os dois estavam em batalha judicial pela
guarda do bebê e pelo direito a pensão.
Julgamento
Por mais que o processo ainda não tenha sido
iniciado, o suspeito responde por três acusações de feminicídio e uma
acusação de tentativa de homicídio qualificado. Jackson poderá ser
condenado a pena de até 30 anos por cada uma das quatro acusações.
Apesar de realizar buscas intensas, a polícia local ainda não foi capaz
de encontrar a arma do crime.