Quem
tem alguma restrição alimentar, seja por questão de saúde, religião ou
ideologia, enfrenta uma difícil tarefa: identificar os ingredientes e
aditivos presentes nos alimentos industrializados pela simples leitura
dos rótulos. Não é fácil. Em meio a termos técnicos e códigos estranhos,
a maioria de nós não faz ideia do que está comendo.
Alguns
dos itens utilizados pela indústria alimentícia, afirma a engenheira de
alimentos Florencia Cladera, professora da UFRGS (Universidade Federal
do Rio Grande do Sul) e doutora em engenharia química, causam estranheza
devido a sua origem, quase sempre desconhecida dos consumidores. É o
caso do corante carmim, presente em iogurtes, sobremesas, balas, bebidas
e até na bolacha Passatempo.
“Trata-se
de um corante natural, que confere cor vermelha ao alimento, e é
extraído das fêmeas e dos ovos de cochonilha (Dactylopius coccus Costa).
O inseto produz o ácido carmínico como uma forma de se defender de
predadores”, explica a professora. A substância aparece nos rótulos como
carmim, ácido carmínico, carmim de cochonilha ou como o número INS 120.
A descoberta, muitas vezes, assusta e acaba por levar à reeducação alimentar.
“Algumas pessoas ficam bastante chocadas quando descobrem que comem um
pó feito de uma espécie de pulgão”, afirma o médico nutrólogo Eric
Slywitch, especializado em dietas vegetarianas.(UOL)