O governo interino do presidente Michel Temer acompanha, com otimismo, a votação, que já está acontecendo hoje (31) no Senado e poderá resultar no impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff e na consequente posse efetiva de Temer no mais alto cargo político do país. Por meio de sua conta no Twitter, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha já até apostou o placar: serão 60 ou 61 votos a favor do impeachment da presidenta.
Apesar do otimismo, pouco tem se falado no Palácio do Planalto sobre como será a posse de Temer e sobre a viagem dele à China, para a reunião da Cúpula de Líderes do G-20, que ocorrerá nos dias 4 e 5 de setembro em
Hangzhou. Caso se confirmem as expectativas de ele assumir de forma
efetiva a Presidência da República, está sendo planejada uma cerimônia de posse rápida no Congresso Nacional, seguida de uma reunião ministerial para definir as prioridades do governo, enquanto Temer estiver no exterior.
Para às 12h30 está programada uma entrevista coletiva no Palácio do
Planalto para detalhar a questões relativas à Lei Orçamentária Anual que
será enviada ainda hoje ao Congresso.
Na sequência, Temer deverá se dirigir à Base Aérea de Brasília, de onde
embarcará para a reunião na China. Se confirmada sua posse no cargo,
Temer deverá repassá-lo interinamente ao presidente da Câmara, Rodrigo
Maia (PMDB-RJ), em cerimônia também rápida e protocolar, provavelmente
na Base Aérea. A viagem de retorno ao Brasil está inicialmente prevista
para o dia 5 de setembro.
Investidores e G-20
O horário da viagem vai depender da hora em que a votação no Senado será concluída. Inicialmente prevê-se que Temer embarque entre 13h e 15h, mas há uma grande a possibilidade de atraso.
Na China, além de participar das reuniões do G-20, Temer pretende se
reunir com investidores e participar do encerramento de um seminário
previsto para 2 de setembro em Xangai, do qual participarão empresários
brasileiros e investidores chineses. A viagem para a China deve durar
cerca de 30 horas.
Nas reuniões com investidores estrangeiros – e nos encontros bilaterais
que deverá ter com os líderes da China, Xi Jinping; da Espanha, Mariano
Rajoy; da Itália, Matteo Renzi, e com o príncipe da Arábia Saudida,
Mohammed Bin Nayef – Temer pretende sinalizar que o Brasil está
retomando sua atividade econômica e, assim, transmitir a ideia de que o
país é seguro para receber investimentos.
Nesse sentido, a equipe econômica dispõe de uma lista de projetos que
serão concedidos nos próximos meses à iniciativa privada, como rodovias,
ferrovias, portos e aeroportos, para que sejaa apresentada aos
empresários.
Os chineses têm especial interesse em investir na infraestrutura
brasileira, principalmente em ferrovias para o escoamento de commodities
brasileiras com destino àquele país. O interesse chinês abrange, além
de estradas de ferros, aviação, petróleo, e obras de metrô, entre outras
áreas de negócios.