Vítima do estupro em Pajeú chega à Gerência de Polícia do Interior para prestar depoimento (Foto: Beto Marques/G1)
Para o promotor de Justiça Márcio Carcará, o testemunho da mãe da vítima de estupro coletivo,
ocorrido em Pajeú do Piauí, e o laudo do exame de corpo de delito
comprovam que houve de fato o crime. Baseado nessas provas, o Ministério
Público pediu a prisão preventiva do maior preso pelo estupro e a
internação dos outros três adolescentes suspeitos no Centro Educacional
de Internação Provisória (CEIP), em Teresina.
Menina foi violentada em ginásio poliesportivo
(Foto: Erivaldo Paraguai/Arquivo Pessoal)
(Foto: Erivaldo Paraguai/Arquivo Pessoal)
Segundo a Polícia Civil, na noite da terça-feira (6), a mãe da vítima a encontrou a filha de 14 anos no chão banheiro de um ginásio da cidade de Pajeú do Piauí, a 460 km de Teresina, desacordada e acompanhada de quatro jovens, todos sem roupa. O maior foi preso e os três adolescentes foram apreendidos em flagrante.
O promotor de Justiça Márcio Carcará afirma que em depoimento, os jovens apresentaram versão conflitantes e afirmaram que o contato sexual que existiu foi consensual. “Eles dizem que estavam no ginásio e começam a beber. Os argumentos são contraditórios, não batem. Tentam descredibilizar a versão da vítima, mas o laudo do exame do corpo de delito assevera o que de fato aconteceu”, disse Carcará.
Em entrevista para a TV Clube, afiliada Globo do Piauí, a mãe da vítima, que pediu para não ser identificada, contou como encontrou a filha e que ainda tentou evitar a fuga dos suspeitos
(assista ao vídeo ao lado). “Eu escutei um gemido no banheiro. Quando
eu entrei, eu bati na porta do banheiro e vi os quatro caras pelados.
Todos pelados e ela já deitada no chão sem roupas, desmaiada. Aí eu
fechei a porta do banheiro e pedi socorro pro guarda que estava no outro
lado, só que eu não tive força para ‘sustentar’ a porta. Eles
arrombaram, bateram na porta e saíram correndo, todos pelados. Mãe
nenhuma aguenta isso que estou passando”.
A menina, que também participou da entrevista, contou que tomou um refrigerante oferecido pelos suspeitos e depois disso só lembrar que acordou no hospital. “Disseram para mim que era uma coca (refrigerante) e eu disse 'não, não quero tomar', insistiram até que uma hora eu tomei e depois de dois copos eu já não lembro o que aconteceu. Foi a hora que eu me apaguei. Só fui lembrar o que estava acontecendo quando eu estava no hospital”, afirmou a vítima.
Ainda na noite de terça-feira a menina foi encaminhada para Teresina para ser submetida a exames e na manhã desta quarta-feira (8) recebeu atendimento no Serviço de Atenção a Mulheres Vítimas de Violência Sexual (Sanvis) na Maternidade Dona Evangelina Rosa.
Outros casos de violência sexualA menina, que também participou da entrevista, contou que tomou um refrigerante oferecido pelos suspeitos e depois disso só lembrar que acordou no hospital. “Disseram para mim que era uma coca (refrigerante) e eu disse 'não, não quero tomar', insistiram até que uma hora eu tomei e depois de dois copos eu já não lembro o que aconteceu. Foi a hora que eu me apaguei. Só fui lembrar o que estava acontecendo quando eu estava no hospital”, afirmou a vítima.
Ainda na noite de terça-feira a menina foi encaminhada para Teresina para ser submetida a exames e na manhã desta quarta-feira (8) recebeu atendimento no Serviço de Atenção a Mulheres Vítimas de Violência Sexual (Sanvis) na Maternidade Dona Evangelina Rosa.
No dia 20 de maio, quatro adolescentes foram apreendidos e um rapaz de 18 anos foi preso por suspeita de participação no estupro coletivo de uma garota de 17 anos, encontrada em uma obra abandonada, amarrada e amordaçada. Seis dias após as detenções, uma decisão judicial mandou que os menores fossem liberados da delegacia. Eles seguem sendo investigados em liberdade.
Os advogados dos adolescentes suspeitos, Osorio Filho e Paulo de Tarso, afirmaram que vários pontos mostrados na investigação mostram que não houve participação dos jovens no crime. Segundo os advogados, a vítima não reconhece os quatro adolescentes como sendo seus agressores.
Um outro estupro coletivo ocorrido em Castelo do Piauí, Norte do estado, chocou o país pelos requintes de crueldade praticados contra quatro amigas que saíram para fotografar em um ponto turístico da cidade. O crime aconteceu no dia 27 de maio do ano passado.
Quatro menores e mais um adulto, identificado como Adão José da Silva Sousa, foram apontados pelo Ministério Público Estadual e pela polícia como autores da série de atrocidades cometidas contra quatro garotas que foram estupradas, agredidas e arremessadas do alto de um penhasco de cerca de 10 metros de altura. Uma delas, Daniely Rodrigues, não resistiu aos graves ferimentos e morreu após 10 dias internada na UTI do Hospital de Urgência de Teresina (HUT).
Na semana passada, o Tribunal de Justiça do Piauí não aceitou a tese de que os três adolescentes condenados pelo estupro coletivo de Castelo do Piauí não tiveram participação no crime e foram obrigados admitir culpa. O recurso da Defensoria Pública, julgado nesta sexta-feira (3), pedia a absolvição dos jovens por falta de provas, mas o argumento não foi aceito pelo pleno do TJ, que decidiu pela manutenção da medida sócio educativa. O quatro adolescente envolvido, foi espancado até a morte dentro do alojamento do Centro Educacional Masculino (CEM) quando já cumpria medida socioeducativa.