Após derrota na
Câmara, governo enfrenta mais dificuldades no Senado
Um dia após a Câmara ter decidido
aprovar a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma
Rousseff, senadores do PT e de outros partidos da base aliada admitiram que a
chance de afastamento da petista é de 90%. Em encontro a portas fechadas
promovido na liderança do governo no Senado nesta segunda-feira (18) os
participantes reconheceram que a situação da presidente é, nas palavras de um
deles, "muito difícil", mas não "irreversível".
Durante a
reunião, a avaliação geral foi de que, apesar do momento adverso, o governo tem
chances de impedir o afastamento de Dilma no Senado.
A estratégia dos senadores
é impedir que se aprove a instauração do processo por maioria simples do
plenário da Casa, o que levaria à automática assunção do vice-presidente Michel
Temer (PMDB-SP) ao comando do Palácio do Planalto. Reservadamente, os petistas
e aliados consideram que, se Dilma for afastada, não terá condições políticas
de voltar futuramente.
O consenso dos presentes ao encontro foi de que a
presidente não escaparia da condenação no processo pelo plenário a ser aprovada
por dois terços dos senadores, o que representa 54 dos 81 parlamentares.