A presidente Dilma Rousseff afirmou durante a posse do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil nesta quinta-feira (17) que os grampos telefônicos divulgados nesta quarta-feira (16) "abrem precedentes gravíssimos" e disse que os "golpes começam assim".
"Quando isso acontece, fica nítida a tentativa de ultrapassar o Estado
democrático de direito rumo ao estado de exceção.", afirmou Dilma
durante o evento.
A petista avaliou que os grampos atingem à cidadania, à democracia e à
Constituição. "Investigações baseadas em grampos ilegais não favorecem a
democracia nesse país", afirmou. "Nossa obrigação é enfrentar essa
situação que ameaça degradar a Constituição e a Justiça."
A presidente criticou a publicação da delação do senador Delcídio do
Amaral (sem partido-MS) que indica tentativa de interferência dela na
Operação Lava Jato. "Não há justiça quando delações são publicizadas de
forma seletiva", disse.
Posse de Lula
Durante o evento que deu posse, além de Lula, ao subprocurador-geral da
República, Eugênio Aragão, no ministério da Justiça e Mauro Lopes na
Aviação Civil, Dilma enalteceu a figura política do ex-presidente. "As
circunstâncias me dão a chance de trazer ao governo o maior líder
político desse País", disse a petista se referindo ao novo ministro da
Casa Civil.
No início da cerimônia, uma manifestante contrária ao governo gritou
"vergonha" antes de Dilma começar a discursar. Em resposta, as pessoas
que estavam presentes no local usaram palavras de ordem como "não vai
ter golpe". A expressão foi reutilizada durante diversos momentos do
evento.