Corinthians destrói manchas, derruba Galo e solta grito de “campeão” (Foto: Gazeta Press)
O
Campeonato Brasileiro está manchado de preto e branco. A competição tem
por todos os lados a marca de um Corinthians avassalador, que deixou
para trás as contestações dos adversários e encaminhou a conquista
derrubando o concorrente Atlético-MG no estádio Independência, na tarde
de domingo, por 3 a 0.
As
remotas possibilidades matemáticas de fracasso já não importam aos
torcedores. Os visitantes presentes no temido Horto e outros milhões
espalhados pelo mundo vibraram com os gols de Malcom, Vagner Love e
Lucca, soltando sem qualquer temor o grito de “campeão”.
O
título ainda será confirmado na frieza dos números – o que poderá
acontecer a partir da próxima semana –, mas a campanha dos comandados de
Tite já é suficiente para destruir os questionamentos. Se o técnico
atleticano Levir Culpi chegou a apontar que o campeonato estava
“manchado”, vendo favorecimento da arbitragem ao Corinthians, acabou
perdendo a disputa para um time superior em todos os quesitos.
A
formação do Parque São Jorge tem o melhor ataque e a melhor defesa do
Nacional. É o melhor mandante e o melhor visitante. E, nas partidas
contra o rival com o qual polarizou a briga pela liderança, teve 100% de
aproveitamento.
A
última vitória, em Belo Horizonte, foi construída com a frieza
habitual. Os atletas corintianos souberam se segurar no primeiro tempo e
cresceram no segundo. Um a um, os gols foram saindo, minando a
fortíssima fé atleticana e alimentando a farra de sua massa, que cantou:
“Começa a fazer festa que o hexa vem aí”
Não
houve bola na rede no primeiro tempo, mas as equipes mostraram por que
são as melhores do campeonato. Foi uma disputa muito intensa, com o
Atlético-MG previsivelmente tomando a iniciativa e o Corinthians criando
perigosamente quando conseguia encaixar seus passes.
Os
visitantes não esperaram os donos da casa no campo de defesa, criando
dificuldade na saída. Quando os comandados de Levir Culpi se
estabeleciam à frente da linha central, no entanto, envolviam o meio
adversário. A primeira chance foi em jogada de Dátolo pela esquerda.
Pratto não chegou por pouco. A formação paulista respondeu na sequência,
mostrando que não podia ser atacada sem cuidados: Malcom recebeu de
Renato Augusto na cara de Victor e parou no goleiro.
Da
metade da etapa inicial até o intervalo, os anfitriões ganharam
terreno, levando perigo especialmente nas batidas de escanteio e lateral
direcionadas à área. Sem deixar de ser ameaçado nos contra-ataques, o
Atlético-MG chegou a estabelecer uma pressão antes que Heber Roberto
Lopes apontasse o centro do campo.
Na
volta para o segundo tempo, Malcom teve grande chance em menos de 20
segundos, demorando demais para finalizar e sendo travado. Luan
respondeu em linda jogada pela linha de fundo, mas o ritmo acabou
diminuindo em relação aos 45 minutos iniciais. E o time da zona leste de
São Paulo foi se sentindo gradativamente mais à vontade.
O
clima do jogo podia ser medido pelo barulho da Fiel, que começava a
sobrepujar a massa mineira. E a torcida do Corinthians foi ao delírio
aos 22 minutos, quando Felipe desarmou Pratto e avançou pela direita. No
rebote do cruzamento, Jadson colocou a bola na cabeça de Malcom, que a
pôs no canto esquerdo de Victor.
A
reação imediata de Levir foi mandar o Atlético à frente, com as
entradas de Thiago Ribeiro e Cárdenas. Não deu para reagir. Aos 29, uma
bela troca de passes foi executada entre Rodriguinho e Jadson, que
serviu Vagner Love. O centroavante encarou Edcarlos e fez a rede de
Victor ser balançada de novo.
A
essa altura, o grito de “campeão” já havia explodido entre os
corintianos, que faziam sua festa em Belo Horizonte, em São Paulo e em
todo o mundo. Ainda houve tempo para um golaço de voleio de Lucca, que
substituiu Malcom e fechou a contagem aos 39 minutos.
Com justiça, com grande superioridade e com as manchas que lhe tentaram impor destruídas, o Corinthians será hexa.