O Santos soube jogar
debaixo de uma tempestade nesta quarta-feira e derrotou o São Paulo por 3
a 1, no estádio do Morumbi, na primeira partida das semifinais da Copa
do Brasil por 3 a 1. Por conta do regulamento do torneio, os gols
marcados fora de casa permitirão que o Peixe perca por até dois tentos
de diferença para ir às finais da competição. O time que avançar
enfrentará o vencedor de Palmeiras e Fluminense. O Tricolor carioca saiu
na frente no jogo de ida com um triunfo por 2 a 1, no Maracanã.
O
São Paulo imprimiu o ritmo que queria no início do primeiro tempo, mas o
Santos foi mais eficiente e chegou ao primeiro gol com o jovem Gabigol,
aos 15 minutos. O empate do Tricolor veio aos 25, em finalização de Alexandre Pato
dentro da área. O time até teve a chance de virar o jogo aos 40, mas
Ganso conseguiu perder um gol inacreditável. O lance custou caro e, com o
auxílio de falhas da defesa são-paulina, o Peixe balançou as redes mais
duas vezes. Ricardo Oliveira e Marquinhos Gabriel, aos 58 segundos e 4
minutos da etapa complementar, respectivamente, foram os autores dos
tentos.
Chamaram a atenção no confronto dois elementos extracampo.
Um apagão deixou o Morumbi completamente às escuras com menos de um
minuto de jogo. Já nos minutos finais do primeiro tempo, uma tempestade
prejudicou as condições do gramado e dificultou o trabalho da
atrapalhada defesa são-paulina nos dois últimos lances de gol do rival.
O
jogo de volta entre as equipes está marcado para a próxima
quarta-feira, dia 28, na Vila Belmiro. Antes, porém, os times terão
duelos importantes na luta por uma vaga no G4 do Campeonato Brasileiro. O
São Paulo, que ocupa a sexta posição no torneio, viajará para enfrentar
o Coritiba, no domingo, no estádio Couto Pereira. Já o Peixe, atual
quarto colocado, medirá forças com o Figueirense, sábado, no Orlando
Scarpelli.
O Jogo - Os
relógios marcavam apenas 37 segundos de jogo no Morumbi quando uma
queda de energia apagou os refletores e deixou o estádio na completa
escuridão. A torcida são-paulina aproveitou o momento para ligar as
luzes dos celulares e cantar com mais força, mas os jogadores do
Tricolor optaram por voltar ao vestiário até que as condições fossem
restabelecidas. Foram aproximadamente 15 minutos de paralisação até que o
árbitro Raphael Claus autorizasse o reinício do duelo.
Com
a bola rolando, o São Paulo avançou primeiro ao ataque e, aos 5
minutos, Luis Fabiano recebeu de Ganso e finalizou para defesa tranquila
de Vanderlei. No minuto seguinte, Ganso alçou na área e Lucão cabeceou
para fora. O Santos, embora não tenha mostrado um volume de jogo tão
expressivo quanto o rival, soube aproveitar a sua primeira subida ao
campo ofensivo. Aos 15, o lateral Daniel Guedes desmontou a defesa
tricolor com um passe preciso e Gabigol, com tranquilidade, tirou do
alcance de Rogério Ceni para abrir o marcador.
Aos
18 minutos, Luis Fabiano respondeu para o São Paulo e chutou próximo à
trave de Vanderlei. Cinco minutos depois, Pato soltou a bomba de fora da
área e mandou por cima da meta rival. O Santos, cada vez mais acuado na
defesa e buscando só o contra-ataque, foi castigado aos 25 minutos.
Michel Bastos fez o cruzamento da direita e alcançou Alexandre Pato na
área. O artilheiro tricolor usou o peito para matar a bola e finalizou
de bico, sem chances para Vanderlei.
Junto
com o gol do São Paulo veio uma tempestade que há muito não atingia a
capital paulista. Em campo, a zaga tricolor bateu cabeça, aos 28
minutos, e Thiago Mendes apareceu na defesa para interromper uma
perigosa investida do Santos. A chance do Tricolor virar a partida
surgiu aos 40 minutos, após Ganso receber grande passe pelo alto de
Alexandre Pato. Na cara do goleiro e livre de qualquer marcação, Ganso
teve tempo de dominar a bola, olhar para o gol, e chutar torto, direto
para a linha de fundo.
Por
mais eficiente que a drenagem do Morumbi tenha se mostrado, a
intensidade da chuva deixou o campo com diversas poças
d'água no intervalo. Foram essas condições que ditaram o ritmo nos
primeiros segundos da etapa complementar. Logo após o apito do árbitro, o
Santos aproveitou o gramado pesado e obrigou Rogério Ceni a se esticar
todo para defender finalização vinda da direita. No escanteio, o goleiro
tricolor patinou na área e, na sequência, aos 58 segundos, só observou o
chute rasteiro de Ricardo Oliveira entrar à esquerda de sua meta.
A
defesa são-paulina voltaria a se atrapalhar aos 4 minutos. Lucas Lima
cruzou com precisão da direita e encontrou Marquinhos Gabriel. O jogador
subiu sozinho no centro da área e cabeceou para levar o Peixe ao
terceiro gol. Incapaz de acertar a equipe, o técnico Doriva tirou Michel
Bastos - recém-recuperado de lesão - para a entrada de Alan Kardec. A
alteração não trouxe tantas novidades para a formação tática do São
Paulo, mas abriu novos caminhos no ataque. Aos 13 minutos, Luis Fabiano
testou para as redes, mas teve o gol anulado por estar em posição de
impedimento. O atacante recebeu cartão amarelo por reclamar da marcação
do árbitro.
Aos 21 minutos,
Gabigol completou cruzamento da direita e cabeceou em cima de Rogério
Ceni. O São Paulo, no lance seguinte, chegou bem à frente, mas Vanderlei
praticou a defesa após a indefinição na área. Doriva, então, tirou o
zagueiro Luiz Eduardo e colocou o atacante argentino Centurión. A ida
para o ataque levou o São Paulo a duas grandes chances. Alan Kardec, aos
25 e 27 minutos, não acertou a finalização e manteve inalterável
a vantagem santista. Antes do apito final, Neto Berola apareceu bem no
campo ofensivo e finalizou na trave de Rogério Ceni. Já Alan Kardec
perdeu outra grande chance nos acréscimos do duelo.