quinta-feira, 25 de junho de 2015

Tarifa da energia deve subir 43,4% este ano

Apontados como os principais vilões da inflação no curto prazo, os preços administrados devem ter alta de 13,7% em 2015 no cenário de mercado e no de referência. A estimativa foi apresentada ontem (24) pelo Banco Central por meio do Relatório Trimestral de Inflação RTI). A previsão do RTI anterior, de março, era de 11,0%, também para ambos os cenários.

Para chegar a esses porcentuais, o BC considerou a hipótese de variação de 9,3% do preço da gasolina em 2015 ante 9,1% da ata do último Comitê de Política Monetária (Copom) e de 8,4% do RTI passado. Em relação aos reajustes das tarifas de energia elétrica, o BC projeta uma variação de 43,3% para 2015 ante alta de 38,3% do RTI de março. Da mesma forma, o BC levou em conta a estimativa de alta do preço do botijão de gás para 4,3% este ano ante 3,0% da ata e de 1,2% do RTI passado.

No caso de tarifas de telefonia fixa, a estimativa era de -4,1% no RTI de março, de -4,4% da ata passada e agora está em 3% no documento divulgado hoje.

A atualização do Relatório para os preços administrados em 2016 mostra que o Banco Central espera um avanço desse conjunto de itens de 5,3% tanto no cenário de mercado quanto no de referência. Em ambos casos, a estimativa anterior da autoridade monetária no RTI era de uma alta de 5,3%.

Ajuste da inflação

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Luiz Pereira Awazu da Silva, disse que a inflação do setor de serviços ainda mostra uma relativa resiliência. Ele mencionou ser uma característica da economia brasileira a indexação de preços. "Ainda existem riscos por conta de como a nossa economia faz indexação e reposições salariais acima da produtividade", disse.

Ele afirmou ainda que, quando se olha os componentes da inflação em 12 meses, é visto um efeito desse reajuste dos preços, em particular, dos administrados. Por isso, para Awazu, a política monetária deve contribuir para a consolidação de um ambiente macroeconômico favorável em horizontes mais longos.

Ele reiterou que, no regime de metas de inflação, a orientação das decisões se dá de acordo com base na análise de cenários alternativos para a evolução das principais variáveis que determinam a dinâmica de preços.

Fonte: Diário do Nordeste