terça-feira, 31 de março de 2015

Vizinhos relatam gritos após pai atropelar a filha de 11 meses em SP


Testemunhas que ouviram gritos após uma menina de 11 meses ter sido atropelada pelo próprio pai em Praia Grande, no litoral de São Paulo, relataram para a polícia a tensão e o desespero da família após o acidente.

O atropelamento aconteceu no último sábado (28), quando o comerciante Jhoney da Silva Lima estacionava o carro na garagem de seu estabelecimento. Ele não viu a filha engatinhando no momento em que parava o veículo e acabou atropelando, sem querer, a criança.

Segundo vizinhos do comércio, o bairro está de luto. Nenhum dos moradores ouvidos pelo G1 acompanhou o momento exato do acidente, mas vários contaram terem ouvido gritos de socorro dos pais.

"Saí para a rua para tentar saber o que aconteceu. Só pude ver a criança sendo carregada pela mãe e o pai procurando por ajuda. Eles correram para um hospital, e o pai procurava desesperado alguém para tomar conta do comércio", diz a dona de casa Rose Silva Brandão.

Os moradores contam que a relação da família, que possui outras duas filhas, era ótima. O casal planejava comemorar o aniversário da bebê, que seria no próximo dia 15 de abril.

"Por causa do comércio, todos tinham um certo contato com a família. Há alguns meses, eles disseram que já estavam arrumando a festa para a criança. Foi muito triste. Estamos todos chocados", conta Rose.

A menina morreu por volta das 18h de sábado. O corpo estava no Instituto Médico Legal (IML) de Santos até a manhã deste domingo (29). O pai esteve no local acompanhado do irmão para autorizar a liberação do corpo.

Segundo o delegado Alexandre Comin, que registrou a ocorrência, o pai deve ser indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Ele explica que, neste caso, caberia o flagrante, mas o Código de Trânsito Brasileiro estabelece que quando a vítima é socorrida pelo motorista o flagrante cai.

“Será instaurado um inquérito. Os pais da criança vão ser chamados para depor posteriormente, mas, neste caso, caberá o perdão judicial”, diz Comin.