segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Homossexualidade é "tratada" com choque elétrico em clínicas na China

Zang se submeteu a choques elétricos nos genitais, enquanto assistia a filmes pornográficos como “tratamento” para a homossexualidade, em um dos procedimentos mais extremos adotados na China para “corrigir” a orientação sexual. “Achava que tinha que tentar para ver se havia possibilidade de me tornar uma pessoa normal”, declarou o jovem de 25 anos, que preferiu revelar apenas o sobrenome.

Para “não decepcionar sua família”, ele optou pelo método, um dos mais extremos usados na China, onde o amor entre pessoas do mesmo sexo ainda é considerado desonra.

“Quando reagia às imagens, levava um choque elétrico”, pouco intenso, mas “doloroso”, lembra Zhang. Ele mesmo pagou pelas sessões, após chegar à conclusão de que assumir sua homossexualidade era “difícil demais”.

Em 2001, autoridades chinesas retiraram a homossexualidade da lista de doenças mentais. Com o passar dos anos, os homossexuais foram mais aceitos na sociedade, sobretudo entre os jovens e nas grandes cidades. Mas ainda sofrerem forte pressão familiar. Como filhos únicos, acabam se resignando a casar para permitir aos pais ter um neto.

As “terapias de conversão” foram condenadas em 2009 pela Associação de Psicologia Americana e pela Organização Mundial da Saúde.
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