domingo, 22 de setembro de 2013

Islâmicos assumem ataque em shopping de Nairóbi; ao menos 39 morrem

Homens armados atacaram um shopping center na capital queniana Nairóbi neste sábado, matando ao menos 39 pessoas, incluindo crianças, e fazendo com que multidões fugissem em pânico em um ataque reivindicado pelo grupo islâmico somali al Shabaab.

O tiroteio continuou horas depois do ataque inicial conforme tropas cercavam o shopping Westgate e a polícia e soldados vasculhavam o prédio procurando os homens armados loja por loja.

Um policial dentro do prédio disse que os homens armados estavam dentro do supermercado Nakumatt, uma das maiores cadeias do Quênia.

Shah se virou para uma lanchonete próxima, onde a música ainda tocava e havia comida abandonada nas mesas. "E mais dois corpos daqui."

O al Shabaab, que luta contra organizações de paz quenianas e outras africanas na Somália, havia alertado várias vezes sobre ataques em solo queniano se Nairóbi não tirasse suas tropas do país.

O ataque foi o maior no Quênia desde que a célula da al Qaeda no leste da África bombardeou a embaixada dos Estados Unidos em Nairóbi em 1998, matando mais de 200 pessoas. Em 2002, a mesma célula militante atacou um hotel israelense e tentou atirar contra um avião israelense em um ataque coordenado.

Homem armado morto

A presidência queniana disse em seu Twitter que um homem armado ferido havia sido preso, mas que ele morreu no hospital.

O Departamento de Estado dos EUA informou que tem notícias de que cidadãos norte-americanos ficaram feridos.

O piso do shopping ficou lavado de sangue, balas estavam jogadas pelo chão e os vidros das lojas ficaram destruídos. Um policial arrastava o corpo de uma jovem pelo chão e o colocou em uma maca.

Algumas estações de TV locais noticiaram que reféns haviam sido levados, mas não há confirmação oficial.
As forças quenianas entraram na Somália pela primeira vez há dois anos para tentar lutar contra incursões de militantes ligados à al Qaeda.

O al Shabaad, que o Quênia culpa por tiroteios, bombas e ataques com granada contra igrejas e as forças de segurança, havia ameaçado antes atacar Westgate, um shopping popular entre os expatriados da cidade, assim como outros alvos como clubes noturnos e hotéis conhecidos por serem populares entre os ocidentais.

O presidente somali, Hassan Sheikh Mohamud, afirmou que é muito cedo para tirar conclusões. "Não temos nenhuma prova de que as pessoas que fizeram isso são somalis", disse ele à Reuters em Washington.

Uma mulher que deixou o prédio afirmou a um jornalista que um dos homens armados disse a todos os muçulmamos para deixar o local. Sobreviventes disseram à Reuters que pelo menos um dos agressores é mulher.

"Até agora temos 30 mortos no shopping", disse o secretário-geral da Cruz Vermelha queniana, Abbas Guled. Ele acrescentou que espera mais feridos e mortos. A contagem foi atualizada posteriormente para 39 mortos.