O técnico Claudinei Oliveira garantiu não temer uma nova sombra no cargo com o recente desligamento de Mano Menezes do Flamengo. O comandante santista afirmou que não se incomoda com a presença do ex-treinador da Seleção Brasileira no mercado, mas reconheceu que ainda precisará trabalhar para atingir a condição de nomes conhecidos e, enfim, se desvincular da antiga condição de interino.
"O Mano no mercado não representa problemas. É um grande treinador, conversei com ele quando nos encontramos no Maracanã, mas não me incomodo (de estar desempregado). Deixo de dormir à noite por isso? Não, dirijo o time e sigo dando as ferramentas para meus atletas jogarem", explicou.
Claudinei assumiu o Santos em 31 de maio, mesmo dia da oficialização da saída de Muricy Ramalho, demitido após 25 meses de trabalho no clube. O técnico, no entanto, só confirmou no fim de agosto ter sido efetivado no cargo com contrato até dezembro de 2013. Do período em que assumiu para a sua efetivação, o treinador recebeu cerca de 700% de aumento, migrando para um salário de R$ 80 mil mensais, ainda bem abaixo dos R$ 700 mil recebidos pelo seu antecessor no cargo.
Antes, no entanto, Santos chegou a reiniciar a busca por um nome, então congelada após as negativas dos argentinos Marcelo Bielsa e Gerardo Martino, e consultou os técnicos Abel Braga e Ney Franco, demitidos de Fluminense e São Paulo, respectivamente.
Abel não se empolgou com o contato, afirmando que deseja voltar a trabalhar só em 2014. O técnico foi o sonho de consumo do presidente Luis Álvaro Ribeiro, em 2011, antes da contratação de Muricy Ramalho. Ney Franco, por sua vez, agradou pela pedida, mas teve a vinda enfraquecida pelo pedido de licença de um ano de Laor, principal entusiasta de sua contratação. O treinador assumiu o Vitória.
"Me considero um cara privilegiado. O Santos é um dos clubes que mais ganhou títulos nacionais, parece que só perde para o Palmeiras, e estou aqui. No Campeonato, o Paulo Autuori já foi demitido duas vezes, o Muricy saiu, o Abrel Braga saiu. Esses (treinadores) já tem a situação financeira estabilizadas, recebem as suas multas e vão descansar, vão para Miami. Eu tenho muito o que remar para chegar a esse nível, mas a responsabilidade é a mesma, sou pressionado. Por isso trabalho jogo a jogo, pois se perder três ou quatro, ou empatar cinco, corro risco", disse.
O Santos já não vence há três jogos, mas tem série de dois jogos como mandante diante de Criciúma e Náutico. Desde que assumiu, Claudinei Oliveira comandou a equipe em 24 partidas (nove vitórias, oito empates e sete derrotas), 48,6% de aproveitamento.