“Até agora, sua carreira meteórica indicou que o Brasil pode ser pequeno demais para ela”. Assim termina um artigo publicado na Forbes, nesta sexta-feira (30), sobre a cantora Anitta. Escrito pelo brasileiro Anderson Antunes, colunista fixo da versão digital da revista, o texto indica motivos que levariam a uma carreira internacional de sucesso da funkeira.
No início do artigo, Ivete Sangalo é citada como a principal artista brasileira da atualidade com reconhecimento fora do Brasil. “Apenas há duas semanas, foi a cantora brasileira Ivete Sangalo que esteve nas manchetes dos Estados Unidos, onde ela começou a tão esperada turnê por cinco cidades. Comparada a Tina Turner pelo The New York Times, Sangalo é, sem dúvida, uma megastar no Brasil, onde já vendeu 15 milhões de discos e onde ganha até US$ 500 mil por show”.
O jornalista, no entanto, opina que o sucesso de Ivete no Brasil é grande demais para que a cantora se arrisque na carreira internacional. “Na verdade, ela é tão grande no país sul-americano que, neste momento de sua carreira, seria um risco enorme se deslocar até o estrelato internacional, que é o tipo de compromisso que exige tempo e atenção. No seu caso, pode simplesmente não valer a pena”, continua.
Depois de falar sobre o sucesso da baiana, o artigo aponta argumentos para a impossibilidade de sucesso de Ivete fora do País. “Além disso, o problema de Sangalo, que tem 41 anos e quase não fala inglês, é que ela é muito brasileira. E, salvo exceções, a música brasileira ainda não teve um grande impacto fora do Brasil, principalmente por causa da barreira linguística - muito do encanto da língua é devido à característica bonita e sexy do idioma português, tornando-se algo para aqueles que apreciam a linguagem, e não para o público em geral”.
Como contraponto, Antunes cita Anitta como uma jovem de 20 anos que fala inglês fluentemente e que tem o estilo musical influenciado por elementos internacionais. “Natural do Rio de Janeiro e ex-funcionária da (multinacional) Vale, Anitta começou cantando funk carioca, mais conhecido no exterior como baile funk, um gênero musical criado nas favelas do Rio de Janeiro que combina elementos do hip hop moderno com o Miami bass. Hoje, ela evoluiu para o mais aceito internacionalmente pop com R&B, que é semelhante ao feito por músicos norte-americanos como Rihanna e Kei$ha”.
O artigo ainda descreve os sucessos de Anitta e a importância do Youtube para que a carreira da funkeira deslanchasse. Antunes também não deixa de comentar sobre o estilo desenvolvido pela cantora, que foca na “mulher poderosa”. “Anitta parece ter aprendido bem como promover-se no Youtube, indiscutivelmente a plataforma mais poderosa de mídia atualmente. Ela tem uma imagem forte e suas letras indicam que ela quer que as pessoas a vejam como uma mulher poderosa, o tipo de mensagem que agrada a maioria das mulheres”.
Para finalizar o artigo, o jornalista afirma que o apelo sexual de Anitta condiz ao utilizado por estrelas internacionais que figuram como as mais poderosas atualmente. “Além disso, o frescor e beleza de Anitta podem ser um trunfo em um momento em que a indústria aprendeu a priorizar a atratividade sexual tanto quanto o talento musical”, afirma. “A mais recente lista da Forbes das 100 maiores celebridades só prova que, em três de suas 10 principais artistas, estão cantoras do sexo feminino que se encaixam nessa categoria (Lady Gaga, Beyoncé e Taylor Swift)”.