Três militantes europeias do grupo Femen foram condenadas nesta quarta-feira (12) a quatro meses de prisão cada por um tribunal tunisiano, segundo um advogado.
A condenação, de 4 meses e 1 dia de prisão, foi por "atentado ao pudor e aos bons costumes", segundo o advogado Souhaib Bahri.
Durante o julgamento, elas defenderam sua atuação, duas semanas depois de terem sido detidas durante uma manifestação de topless.
As acusadas, duas francesas e uma alemã, explicaram que o objetivo de sua manifestação era apoiar Amina Sboui, uma militante tunisiana da Femen também presa.
"Expor nosso peito não é um meio de criar excitação sexual, e sim de uma forma de militância", declarou uma das francesas, que enfrentam acusação de ato de perversão, segundo a lei muçulmana.
"Esta é uma decisão política que confirma o caráter ditatorial da Tunísia, que considera é mais fácil colocar as meninas na prisão do que reconhecer que as mulheres têm o direito de dispor livremente de seus corpos", declarou por telefone o advogado do trio.
"Estamos indignadas com o veredicto e vamos continuar nossas ações na Tunísia.
"Recebi com tristeza a decisão, pois não houve infração", declarou Patrick Klugman à AFP. "Esta é uma condenação muito pesada. É uma grave violação da liberdade de expressão, não só para as meninas, mas contra a liberdade de expressão em geral", disse.
As três foram detidas em 29 de maio depois de se manisfestarem com os seios de fora em solidariedade com a feminista Amina Sboui, 18 anos e presa dez dias antes por publicar fotos suas também de topless em desafio ao extremismo salafista.