Um homem suspeito de matar a menina Débora Lohany de Oliveira, de 4
anos de idade, foi detido, ontem, pela Polícia. O homem, de
identificação ainda não revelada, teria sido localizado pelos agentes de
segurança na cidade de Parnaíba, no Estado do Piauí e trazido para
Fortaleza sob escolta.
O secretário de Segurança da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS),
André Costa, e o diretor do Departamento de Inteligência (DIP) da
Polícia Civil, delegado Renê Andrade, junto com equipes da Divisão
Antissequestro (DAS) e de outras especializadas, estavam no comboio de
viaturas descaracterizadas que levaram o suspeito até a Divisão de
Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), localizada no Bairro de Fátima.
O homem detido tem o braço esquerdo amputado. A característica já era
do conhecimento da Polícia a partir dos relatos de testemunhas oculares
que prestaram depoimentos durante a investigação do sumiço. Débora foi
raptada das proximidades da sua residência, no bairro Aerolândia, em
Fortaleza. O corpo da menina foi localizado 12 dias depois, em meio ao
lixo, na Avenida Almirante Henrique Saboia (Via Expressa). O cadáver
estava em avançado estado de decomposição e somente foi possível fazer o
reconhecimento com comparação de amostras de DNA da mãe da criança.
Em nota, a SSPDS informou que o material genético do homem seria
colhido para ser comparado com amostras de DNA retiradas nos objetos que
estavam juntos ao corpo da criança.
Chegada
O suspeito detido chegou em uma das viaturas descaracterizados, no
banco traseiro, e foi conduzido rapidamente ao interior do prédio da
DHPP. A equipe de reportagem do Diário do Nordeste acompanhou a chegada
do homem do lado de fora do prédio, pois foi obrigada a deixar as
dependências da DHPP por determinação da direção. As autoridades
policiais não concederam entrevista sobre a detenção.
Débora Lohany, de 4 anos, foi levada de casa no dia 27 de março por um homem que não tinha um dos braços
Por volta das 15h, a titular da Delegacia de Combate à Exploração da
Criança e do Adolescente (Dececa), Ivana Timbó, que está à frente do
caso, saiu da DHPP, e retornou ao local às 16h30. A reportagem tentou
falar com a delegada, as duas vezes, mas não foi atendida.
Outros suspeitos
Nos dias seguintes ao desaparecimento da pequena Débora, dois homens
que têm o braço amputado já haviam sido ouvidos na Dececa. Entretanto,
contra eles não foram identificadas provas e, em seguida, foram
liberados pela Polícia. Na última quarta-feira (12), o titular da DHPP
já havia lembrado que a linha investigativa permanecia em um suspeito
com este perfil.
Em entrevista concedida no último sábado, Daniele dos Santos, mãe da
vítima, havia informado que nunca fizera retrato-falado do suspeito.
Conforme Daniela, a mãe de uma outra criança da região é que teria
fornecido informações à Polícia sobre a fisionomia do criminoso, que no
mesmo dia do rapto de Débora já teria tentado agarrar uma outra menina.
"Enquanto não soube que ela estava morta, procurei em todo canto. Esse
homem sem braço era conhecido por andar na pista aqui perto. Não sabia
que existia gente tão cruel para fazer algo com uma menina de 4 anos,
que nunca fez mal a ninguém", lembrou a mãe.
O laudo pericial, finalizado no dia seguinte à identificação do DNA,
indicou que a causa da morte da menina de 4 anos foi traumatismo
craniano e que o crime aconteceu entre os dias 27 e 29 de março.
Débora Lohany foi sepultada no fim da tarde da última terça-feira (11),
no Cemitério Parque Monte Sinai, no município de Pacatuba, na Região
Metropolitana de Fortaleza (RMF). Amigos e parentes pediram Justiça para
o autor do crime.