A
surpresa não apenas pela derrota de Ronda Rousey, mas pela forma com
quem Holly Holm dominou a então campeã peso-galo (61 kg) antes de
nocauteá-la no último sábado (14) estava estampada nos rostos de todos
os presentes na coletiva de imprensa após o show. E Dana White,
presidente da organização, talvez estivesse com o semblante mais
emblemático, mas, ao menos na sua versão, ele não foi o mais impactado.
Durante conversa com jornalistas,
o cartola afirmou que Joe Rogan, comediante e comentarista do evento,
lhe disse nos bastidores que essa teria sido, de longe, a noite com a
maior surpresa da história do UFC, possivelmente devido à expectativa
gerada em torno de mais um show da judoca, até então imbatível.
“Essa noite foi um dos momentos
que faz este esporte tão maluco e divertido. O [Joe] Rogan estava nos
bastidores dizendo que isso foi de longe a maior zebra da história do
UFC. Mas, no fim das contas, eu casei essa luta. Disse que seria uma boa
luta. A Holly [Holm] era a luta certa”, afirmou.
A justificativa tem um motivo.
Afinal, antes da boxeadora ser escalada para o confronto, Miesha Tate
era a desafiante original ao título, e ela havia, inclusive, sido
confirmada para a peleja. No entanto, o próprio presidente do evento
mudou de ideia e, alegando que as duas derrotas para Ronda no currículo
tornaram o terceiro embate pouco interessante para o público, trocou a
rival da loira.
“Ronda nunca enfrentou alguém que
usa a distância do jeito que ela [Holly] usa. Essa mulher tem quatro
vezes mais lutas do que Ronda tem. Ela tinha sido campeã do mundo. Foi a
luta certa”, reafirmou, talvez até com um certo desgosto por ter feito
tal escolha por saber que, com a derrota de Ronda, o duelo contra Cris
Cyborg, especulado para o main event do UFC 200, em julho, pode não sair
do papel tão cedo. Além disso, a principal estrela de sua companhia
agora não é mais vista como imbatível ou imparável.